financiar um veículo

Porque você não deve financiar um veículo

Hoje em dia, financiar um veículo tornou-se algo bastante comum. No entanto, essa prática pode ser extremamente prejudicial para as suas finanças, especialmente porque, em muitos casos, você acaba pagando o dobro ou até o triplo do valor do carro. Para entender melhor essa situação, vamos fazer algumas contas e analisar por que não vale a pena financiar.

Exemplo de um financiamento

Imagine que um veículo está sendo vendido por R$ 70.000. Porém, José não tem dinheiro suficiente para comprá-lo à vista. Dessa forma, ele decide usar seu carro antigo como entrada. O veículo antigo de José está avaliado em R$ 30.000, o que o obriga a financiar os R$ 40.000 restantes. Nesse momento, começam as cobranças adicionais feitas pelo banco. Veja a seguir:

  • Taxa de avaliação do bem: R$ 400,00.
  • Seguro prestamista: José nem sabia, mas contratou um seguro prestamista que cobre as parcelas caso ele perca a renda. Isso pode ser vantajoso em situações de emergência, mas, nesse caso, beneficia muito mais o banco. Custo do seguro: R$ 2.000,00.
  • Tarifa de abertura de cadastro: Esta é a tarifa que os bancos cobram para análise e avaliação do cadastro do cliente. Apesar de ser alta, em alguns casos, ela pode ser até indevida. Valor: R$ 500,00.
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): Esse imposto é cobrado em transações de crédito, câmbio e seguros. Embora a alíquota padrão seja de 0,38%, ela pode variar dependendo da operação. Neste exemplo, o valor total do IOF sobre o seguro e crédito é de R$ 300,00.

Com todos esses encargos somados, o valor financiado por José não será de R$ 40.000,00, mas sim de R$ 43.200,00.

Agora, vamos à parte mais onerosa: os juros. Considerando uma taxa mensal de 1,80% (valor médio para seminovos de até 3 anos), José pagará, ao final de 36 meses, um total de R$ 59.072,46. Isso significa que, apenas em juros, ele desembolsará R$ 15.872,46. Nesse cenário, as parcelas ficam em 36 vezes de R$ 1.640,90.

Analisando o exemplo

Agora, pare para refletir: José deu R$ 30.000,00 de entrada e financiou o restante. No final das contas, ele pagará cerca de R$ 89.000,00 pelo carro. Por outro lado, considere o seguinte: se ele tivesse optado por poupar mensalmente o valor da parcela em uma aplicação com rendimento médio de 0,80% ao mês, ao final dos mesmos 36 meses ele teria acumulado R$ 70.330,55. Além disso, somando esse montante ao valor do carro antigo de José, o total seria de R$ 100.330,55.

Conclusão

Como você pode perceber, José poderia ter economizado uma quantia significativa e, ao mesmo tempo, teria ganhado juros ao invés de pagá-los. Além disso, com um valor de R$ 100.000 à vista, ele teria o poder de barganhar um excelente desconto na compra do carro.

Portanto, financiar um veículo raramente compensa. Entretanto, se for inevitável, é importante tomar algumas precauções. Primeiro, negocie as taxas de juros para buscar as menores condições possíveis. Além disso, faça simulações detalhadas com bancos em que você já possui um relacionamento de longo prazo. Por fim, avalie todas as condições do financiamento antes de tomar a decisão. Com essas estratégias, você pode reduzir o valor total pago e minimizar os impactos no seu orçamento.

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